terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A cartola


Negra, profunda com um som de riso sarcástico. Era desse modo o chapéu do carnaval. Pertencia á rainha de copas, ela era fria. Com um sorriso sempre ao lado quando estava prestes a rebentar com alguém, batia também o pé.
Ah, era uma cartola aquilo que tinha na cabeça. E sim, a frieza era apenas fachada.
Mas entre aquelas cores, aqueles risos e papelinhos, propícios a ocasião, a rainha era outra coisa. A negra cartola que tapava o cabelo, também ele negro, alterava a rainha ou tentava disfarçar drasticamente alguma outra faceta. Era carnaval, era então altura de (des)mascarar, assim de ?passou a ? .

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Estas sozinho dentro de ti mesmo


Um dia sentirás que ninguem é feliz sozinho.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ela quer um novo raio de sol


E ela anseia pelo dia seguinte, na esperança de um melhor pensamento. Espera entre aquelas ruas, na noite fria de Lisboa solitária, espera o dia seguinte no meio dos motins de desagrado silenciosos. Mas é sempre assim. Deixa-se ligar por manhas e truques de magia sentimental, deixa a mascara algures entre pedras da calçada. Mascara bem pequenina por acaso. Ela não adormece, ela espera que um melhor dia lhe bata a porta. Porta essa que nunca existiu. Mesmo assim ela aguarda por isso. Sobe e desce ruas rasgadas por entre prédios, escala escadarias incompreendidas e rasteja até becos finitos. Sente-se a passar pelo meio de uma guerra civil, ali mesmo, no preciso lugar onde esta agora. Naquela cidade (re)enquadrada pelos cidadãos, estruturalmente fraca em emoções e forçada a ter campeões. Ela já mal aguenta a espera dos primeiros raios, esta fraca e todos acham que se faz de forte. Queimam-lhe as cores quentes, gelam-lhe as frias. No fim apenas esta incomodada com o dia que passou, quer é o outro porque acredita que é fácil ser melhor.


domingo, 7 de fevereiro de 2010

cada hora passada em ti


cada janela fechada ao nada. cada musica riscada ao ouvir. cada conversa rasgada. cada pedido deitado ao ar. cada mergulho forçado no mar. cada espera de um ponto final. cada aguentar de umas reticencias...