sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ela quer um novo raio de sol


E ela anseia pelo dia seguinte, na esperança de um melhor pensamento. Espera entre aquelas ruas, na noite fria de Lisboa solitária, espera o dia seguinte no meio dos motins de desagrado silenciosos. Mas é sempre assim. Deixa-se ligar por manhas e truques de magia sentimental, deixa a mascara algures entre pedras da calçada. Mascara bem pequenina por acaso. Ela não adormece, ela espera que um melhor dia lhe bata a porta. Porta essa que nunca existiu. Mesmo assim ela aguarda por isso. Sobe e desce ruas rasgadas por entre prédios, escala escadarias incompreendidas e rasteja até becos finitos. Sente-se a passar pelo meio de uma guerra civil, ali mesmo, no preciso lugar onde esta agora. Naquela cidade (re)enquadrada pelos cidadãos, estruturalmente fraca em emoções e forçada a ter campeões. Ela já mal aguenta a espera dos primeiros raios, esta fraca e todos acham que se faz de forte. Queimam-lhe as cores quentes, gelam-lhe as frias. No fim apenas esta incomodada com o dia que passou, quer é o outro porque acredita que é fácil ser melhor.


Sem comentários:

Enviar um comentário

mundinho/os