domingo, 30 de janeiro de 2011

a letter in november.

Estamos quase à entrada da noite, as lágrimas escorrem pela minha cara, sinto-me a pior pessoa de sempre. Tu nem me consegues agarrar ou  passar rapidamente pela minha pele essa tua mão de acalmia, não me consegues chamar à razão. Entretanto, ora não aguento olhar para ti, pois esses olhos ferem-me o pensamento, ora acredito nesse olhar que me lanças e não consigo deixar de o fixar. Estou afogada em palavras, em frases, em gritos. Tu tentas levantar-me, erguer-me, sobreviver mais um pouco. Mas parecendo um só nada, eu não me consigo sentir bem. Só pensava em sair pela porta fora e levar-te comigo, para aquele lugar onde todo o resto se desvanecia por entre os meus, teus, nossos dedos. Saltava as horas, os dias, os meses e os anos e ficava a olhar no teu olhar. Bem no fundo, naquele meu, teu, nosso mundo. Ficava perdida no entrelaçado de sentimentos, no serpentear de prazer, no labiríntico canal de amor. Mas a cima de tudo, agarrava o meu coração com força, tirava-o do peito e deixava-o ver aquilo no que os sentimentos se traduzem. Porém, estamos na estreita entrada para a noite e eu estou sufocada por tristeza e esfomeada por raiva.  

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