quinta-feira, 10 de junho de 2010

Como outra pessoa

Escolheu roupa assa de corvo. Os olhos foram marcados igualmente de negro. O seu cabelo reflectia o sol no meio da escuridão. Olhou o espelho. E assim saiu de casa fechando a porta atrás de si. Desceu a rua e passou pelo café da moda, na sua cidade. Foi olhado de cima a baixo e teve de ouvir mútuos comentários em alto som. Chamava a atenção. Os seus acessórios não eram comuns e a suas roupa era o oposto da de qualquer outra pessoa ali. Depois parou junto a estação de comboios. Era ali que podia construir um muro. Pois entrar para uma carruagem é como ir numa viagem para outro mundo. Não há os mesmo olhares pousados no seu eu. Parou poucos fragmentos de tempo ao pé da linha. E riu-se para dentro. Muitos julgariam que ali estava para se atirar e acabar com a vida. Riu mais uma vez. Ouviu o sinal sonoro e avançou. Uma senhora ao seu lado miro-o intrigada. O ar acelerou e o comboio chegou instantaneamente. A vida mudou. Ninguém o olhou. Agora não havia o rotulo. Agora não o olhavam por ter olhos pintados. Agora não o olhavam por utilizar acessórios. Agora não o olhavam pelo excesso de preto em contraste com a pouca cor forte. Não estava mais na sua pequena terra. Não tinha mais a pequena mentalidade daquelas pessoas. Todas elas iguais. Ia estar com quem queria. Com quem lhe guardava o coração. E assim, já ninguém o podia julgar.

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